Crédito: Washington Alves
O Coliseo Ditaires, em Itagui, foi o cenário para um clássico que transcende o racional, na decisão do torneio de handebol dos Jogos Sul-americanos Medellín 2010, nesta terça-feira, dia 30. Último evento da programação esportiva da competição continental, a disputa pela medalha de ouro reuniu dois eternos rivais, Brasil e Argentina, em um ginásio lotado, onde a competitividade foi levada ao limite. Melhor para a Seleção Brasileira de masculina de Handebol, que conquistou a inédita medalha de ouro dos Jogos Sul-Americanos. A vitória por 30 a 28 foi marcada por equilíbrio e emoção até os últimos segundos.
Os confrontos com a Argentina são sempre muito disputados e desta vez, principalmente por se tratar de uma decisão de campeonato, não poderia ser diferente. Para muitos, o confronto é um campeonato a parte. "Tínhamos duas missões aqui. Uma era a disputa normal da competição e a outra o confronto contra a Argentina, que sempre é diferente. Jogar contra a Argentina é sempre difícil, equilibrado. Sabíamos que quem errasse menos ganharia. Estamos iniciando um trabalho de renovação, que foi coroado com essa conquista. Este é o grande êxito dessa medalha. Estamos montando uma equipe mais alta e forte", comentou o espanhol Javier Cuesta, treinador da equipe brasileira, no comando desde janeiro de 2009.
A primeira etapa foi bastante equilibrada, com as duas equipes alternando a liderança no marcador. O Brasil chegou a abrir quatro gols de diferença (9 a 5), quando XXX foi expulso. No ataque seguinte, Bortolini fez falta e foi desclassificado por dois minutos. O lance gerou um tiro de sete metros, que o goleiro Maik defendeu. Mesmo com dois jogadores a menos, de moral elevada, o Brasil aumentou, com Gil, em contra-ataque. Mas a Argentina não se abateu e começou a diminuir a diferença, a partir de alguns desperdícios do ataque brasileiro. Na final dos Jogos Pan-americanos. Além de um ataque veloz, o Brasil se sustentava nas defesas milagrosas do goleiro Maik. O Brasil poderia deslanchar no placar se não falhasse em dois contra ataques. Faltando um minuto, a Argentina encostou de vez no marcador, 10 a 11. O empate só não aconteceu por mais uma intervenção espetacular do arqueiro nacional.
O segundo tempo começou movimentado. Logo aos 20 segundos, o goleiro argentino Fernando Garcia foi expulso após choque com Léo Bortolini. O Brasil aproveitou para ampliar, mas a Argentina devolveu logo em seguida com três gols para assumir a dianteira. A seleção verde e amarela não se intimidou e o placar passou a ser alternado novamente. Aos 6, após roubada de bola, Chiuffa colocou o Brasil três gols na frente (17 a 14). Em clássicos, porém qualquer descuido é fatal. Com 10 minutos de jogo, a Argentina virou (18 a 19). Pacheco, atacante do Brasil, empatou. Aos 16, o lateral direito Julio Cesar recoloca o Brasil na frente, em 22 a 21. Até o fim, a emoção foi a tônica da partida. Quando o placar marcava 24 a 24, Maik defendeu um tiro de 7 metros. O artilheiro da partida, com 9 gols, Léo Bortolini marcou três gols seguidos, sendo que no terceiro, foi expulso por provocar os adversários na comemoração.
"A arbitragem tem que saber conduzir a partida. Fui provocado pelo argentino antes da cobrança dos 7 metros e quando marquei respondi. Contra a Argentina é sempre mais nervoso, mas para mim é igual a qualquer adversário", contou o armador da equipe. No final, o Brasil conseguiu uma pequena vantagem e a administrou até o fim.
O resultado de 30 a 28 trouxe para a renovada equipe brasileira um titulo inédito e a classificação para os Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011. "Esta conquista serve para começarmos o trabalho na Seleção com o pé direito. Estamos trabalhando desde dezembro visando os Sul-americanos. Essa é a cara nova do handebol brasileiro. Estamos procurando firmar uma equipe nova. Agora é trabalhar para buscarmos a classificação para os Jogos Olímpicos e fazer o melhor que o Brasil já fez até hoje na História", afirmou o estreante Gil Vicente, autor de cinco gols na decisão. Os Jogos de Guadalajara 2011 valem vaga para os Jogos Olimpicos de Londres 2012.
O Brasil venceu a competição, disputada em pontos corridos, com oito pontos, de forma invicta. A medalha de bronze ficou com o Chile. O goleiro Maik, 29 anos, único que já havia participado desta competição, quando ficou com a prata, no Brasil, em 2002, foi um dos heróis do titulo sul-americano. "'Ë fenomenal! Sempre é diferente ganhar da Argentina. Temos que entrar com muita raça sempre. Ë um jogo onde temos que procurar fazer sempre algo a mais. Estamos trabalhando mais do que antes e as perspectivas para esta nova equipe são muito boas", avaliou.
Fonte: http://www.cob.org.br/noticias/noticias_interna.asp?id=15368
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